Eu não quero o sexo pelo sexo
Eu quero as almas
Mas, Por Deus!
Não burocratizem as almas
Não transformem o amor
Numa operação aritimética
Num cartão de crédito
Numa equação matemática
Cheia de fórmulas
Me canso de fórmulas
Elas são inúteis
E inútil pensar
Que cabemos em fórmulas
Somos, por natureza, seres que extrapolam
A nossa medida
É a desmedida
Porque somos bichos
Com coração e alma
E nisto reside toda a diferença
Nossa grandeza
E nossa miséria
Eu quero as almas
A vertigem das almas
O gozo desbragado
A bebedeira inocente
De quem só quer sentir
Sem pensar
Por Deus, não transformem o amor na rotina
Estúpida
E mecânica
Do supermercado
Uma vez por semana
Do sexo burocrático
Papai mamãe
“-Foi bom pra você?“
As palavras escolhidas a dedo
Para não ferir susceptibilidades
Eu não quero o sexo pelo sexo
Eu quero as almas
E o amor absoluto
Depois, deixem que eu decida em que porões
Acomodarei meus fantasmas.
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